SECÇÕES | SECTIONS

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Secção 1

ARQUITETURAS MILITARES

Esta secção pretende refletir a pluralidade de aproximações possíveis ao fenómeno da Arquitectura Militar, que poderíamos esquematizar em seis grandes linhas de força: as muralhas e outras defesas do habitat concentrado; os acampamentos militares, que pressupõem a existência de exércitos profissionais e permanentes, e que por isso se detetam no mundo romano e, depois, na Época Moderna; o aparecimento do castelo, enquanto estrutura significante da Idade Média, os ritmos de encastelamento e a evolução das suas formas arquitetónicas; o fim do castelo e as experiências da “arquitetura de transição”; e, finalmente, a afirmação das fortificações modernas, marcadas pelo aparecimento e triunfo do baluarte anguloso. É sobre esta pluralidade de aproximações que esta secção se propõe refletir: em torno de estudos de caso considerados significativos ou em termos de sínteses regionais que ajudem a compreender o panorama do Noroeste Peninsular no contexto ibérico e europeu.

Palavras-chave:
Muralhas; Acampamentos Militares; Castelos; Fortificações.

Secção 2 

ESPAÇOS SACROS

Todas as arquiteturas concebidas para realização de rituais concretos, que justificam e conferem significado à espiritualidade de uma comunidade, integram-se no espaço sacro/sagrado. São espaços construídos que materializam a articulação humana entre o tempo terreno e o tempo da transcendência.

A reflexão sobre a evolução e transformação do espaço sacro, a sua natureza e motivações, a relação entre as formas e os significados, as dinâmicas das transformações e a acumulação de programas artísticos ocupa hoje um assinalável interesse nos estudos da arquitetura e da devoção.

Esta secção destina-se a comunicações que se centrem na investigação sobre o espaço sacro na diacronia e numa visão sistémica; na análise e interpretação das formas e significados do espaço sacro na sua articulação com os rituais; nas transformações do espaço sacro nos diversos contextos histórico-artísticos e na relação das suas transformações com as necessidades de uso contemporâneas.

Palavras-chave:
Arquitetura; Transformação; Liturgia; Ritual; Devoção.

Secção 3

GESTÃO DO PATRIMÓNIO 

“O tema e a problemática do «Património» estão, muito justamente, na moda” (ALMEIDA, 1998: 9). Em finais do século XX, Carlos Alberto Ferreira de Almeida (1934-1996) percebia bem o lugar que o Património tem enquanto bem a ser gerido e a exigir boas práticas de gestão. Anteviu, ainda, que “é neste duplo aspeto, isto é, o de Património como valor de identidade e de memória de uma comunidade e, sobretudo, o de Património como qualidade de vida que ele [o Património] será cada vez mais falado e se lhe dará, futuramente, uma muito maior importância e atenção” (Idem: 10).

Realçando tal importância, esta secção pretende promover a partilha e debate de casos de estudo que se considerem modelos de boas práticas em Gestão do Património, quer porque exemplares no desenvolvimento integrado e sustentável das inerentes ações fundamentais quer pelo seu carácter diferenciador, inovador e fator de desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida.

Palavras-chave:
Património; Gestão Integrada; Sustentabilidade; Desenvolvimento; Qualidade de Vida.

Secção 4

IMAGENS E CONTEXTOS

A Historiografia da Arte tem vindo a estudar a imagem de acordo com novas perspectivas metodológicas, encarando-a como expressão polissémica e multicultural, procurando integra-la no seu contexto antropológico desde as manifestações da Pré-história até às da Época Contemporânea. A integração das imagens no seu contexto físico, paisagístico ou outro, indicia práticas performativas de índole identitária e comunicativa. Por outro lado, o estudo da sua circulação, dos artistas e modelos permite compreender o alargamento da potencialidade da produção artística enquanto veículo de ideias e expressões entre universos socioculturais restritos e amplos.

Pretende-se, neste painel, refletir sobre modos de integração artístico-cultural da imagem no seu contexto físico e de ação. Ao mesmo tempo visa-se partilhar experiências relacionadas com as práticas, rituais, usos e fruição da mesma partindo de estudos de casos que espelhem visões diacrónicas e/ou sincrónicas.

Palavras-chave:
Imagem; Contexto; Multiculturalismo; Usos e Fruições; Práticas Identitárias.

Secção 5

MUNDOS DE TRANSIÇÃO

A historiografia ocidental tradicional dividiu a História (e a Pré-história) em períodos e subperíodos sucessivos, separados por intervalos temporais que estabelecem as chamadas Transições. Seccionou-se portanto o continuum da História sugerindo a existência da ruptura após um tempo longo de continuidade. Mas, de facto, o que normalmente representa a ruptura não é mais do que um longo processo de mudança histórica, por vezes de duração secular ou mesmo milenar.

Todavia, a História e a Arqueologia conseguem identificar sinais e espaços/ materialidades e territórios que anunciam a mudança cultural – Mundos de Transição – que traduzem o fluir do processo histórico. E é precisamente sobre estes Mundos de Transição e sobre essas dinâmicas de transformação que esta sessão se pretende debruçar.

Palavras-chave:
Rupturas; Continuidades; Mudança Histórica.

Secção 6 

VERNACULAR: EXPRESSÕES E REPRESENTAÇÕES

Esta secção acolhe contributos para a discussão de expressões culturais (materiais e imateriais) que se organizem no espaço da dicotomia formal erudito/popular, com as suas infinitas e biunívocas leituras, sempre referenciadas aos diferentes tempos e contextos históricos.

Privilegia-se as temáticas que valorizem os pontos de confluência e sinergia, quer perspectivados a partir das idiossincrasias e quotidianos dos grupos maioritários da sociedade, quer a descoberta do popular, a sua apropriação e a respectiva reinvenção pelas classes possidentes, e ainda as mais recentes formas de auto-representação do tradicional, fruto da alteridade ganha com as transformações económico-sociais do último meio século.

Palavras-chave:

Cultura Popular; Tradição; Transferência; Representação; Recriação.

Secção 7

VIAS, PAISAGEM E TERRITÓRIO

Os conceitos de lugar, espaço, paisagem e território têm sido discutidos em várias frentes disciplinares na última metade do século XX. Entre todos, o de paisagem permite a convergência de olhares. Na paisagem, entendida como produto cultural, revela-se a intervenção humana em vários níveis, nomeadamente através da construção das vias que se estruturam como elementos vitais (e até estéticos) das relações humanas, ao mesmo tempo canais de circulação, espaços de contacto e sociabilidade ou mesmo «não-lugares», segundo o cunho de Marc Augé. As vias têm constituído elementos de estudo isolados e sincrónicos, mas a sua importância enquanto lugares de «transformação social», como as qualificou Carlos Alberto Ferreira de Almeida em 1968, tem sido desde então aflorada. Embora desconhecedor da obra de John Brinckerhoff Jackson (1909-1996), o pensamento de C.A. F. de Almeida (1934-1996) aproxima-se ao deste geógrafo norte-americamo que em 1994 redigiu o ensaio «Roads belong in the landscape», dando assim expressão aos estudos hodográficos, ainda incipientes em Portugal.

Palavras-chave:
Hodografia; Vias; Paisagem; Território.